Seguidores

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Uma visitação a Cervejaria Farol - Parte III




Dando sequência a visitação  da Cervejaria Farol, paramos na parte da fervura onde é adicionado o lúpulo. Humulus Lupulus. Responsável direto pelo amargor da Cerveja, contribue pela formação de aromas e  nuances de sabor, além de ter propriedades conservantes e relaxantes. Plantinha trepadeira, e digamos agressiva pois realmente trepa no seu hospedeiro de maneira a sufocar a outra planta em alguns casos em se tratando de mudas silvestres, claro que no caso do lúpulo que compramos, este provém de plantaçõese em sua grande maioria estão na Bélgica, República Tcheca, Alemanha é claro, Inglaterra e Estados Unidos. 

Bem, voltando ao assunto, após a fervura temos a etapa de separação do trub e outros elementos sólidos em suspensão tais como fragmentos do grão que possam ter passado nos pequenos vãos da etapa de clarificação, etapa essa que acontece num tanque adequado para o processo de Whirlpool, uma redimentação que utiliza a força centrípeta para que esses elementos sólidos se depositem no fundo do tanque, para ser então descartado em seguida. É de suma importância essa etapa pois do contrário comprometeria diversos aspectos sensoriais da Cerveja. Com a ressalva de que essa parte do setor fabril é integralmente alemão oriundo de Göppingen e é um dos meus orgulhos trabalhar num local com alta tecnologia vinda de um país que é tido como o das melhores Cervejas do mundo, sem dúvida.



Voltando, em seguida o mosto é resfriado para temperatura ideal de fermentação, aí entra o assunto sobre as famílias de Cerveja, que no meu entendimento se desenrolam assim, de maneira clara, objetiva e simplória:

Lambics – Cervejas de fermentação espontânea que tendem a ser naturalmente ácidas e levemente ou não, azedas. Não é comum encontrar essas Cervejas no Brasil, dentre os motivos está a fragilidade com relação a logística empregada na importação, entre outros de caráter similar. Como eu disse, um breve descritivo para posteriormente dissecarmos cada tópico literalmente.

Ales: Cervejas de alta fermentação, ou seja, a temperatura ideal de fermentação varia entre 14 e 25°C (bibliograficamente há referências que oscilam em 2°C para mais ou para menos), também alta fermentação em função da levedura flotar no tanque durante o processo, com isso também cria uma espécie de camada protetora dificultando e até impedindo a entrada de outros tipos de bactérias ou fungos. A Saccharomyces Cerevisiae é a mais antiga referência em termos de levedura que se tem notícia pelo que já li e mesmo intrinsecamente já era responsável pela fermentação das primeiras Cervejas que surgiram ainda na civilização suméria. Esse assunto de leveduras e suas procedência é algo realmente muito amplo e portanto, escreverei sobre em artigos especiais sobre elas. Em suma, as leveduras são organismos eucariotas unicelulares do reino dos fungos e tem a maravilhosa capacidade de transformar açucares em álcool etílico. Obrigado Senhor.

Lagers- Cervejas de baixa fermentação, ou seja, a temperatura ideal de trabalho da levedura gira em torno de 9° a 15°C, podendo variar conforme citado durante o pequeno paragrafo sobre as Ales. Também porque agem imersas no mosto durante o processo fermentativo, sendo que em ambos os casos as leveduras decantam após consumirem os açucares presentes, já temos Cerveja.

Como comentei antes, o assunto sobre as famílias é muito longo e muito rico, valem muitos artigos sobre o surgimento e a adaptação dos povos para determinados estilos e também a nossa concorrência enquanto Cervejeiros com os amantes do vinho; portanto, assim que puder darei continuidade no assunto porém não neste artigo para não alonga-lo em excesso.


Do tanque de whirlpool, o mosto passa pelo trocador de temperatura, o famoso resfriador de placas e após pelo aerador. Muito simples a questão do aerador inclusive: a levedura consome os açucares presentes no mosto, mas se utiliza do oxigênio para a multiplicação celular, significa que através da maior concentração de oxigênio há uma bipartição celular do fungo que origina novas células tornando a fermentação mais rápida e mais eficaz. Rápida leia-se ideal, não acelerada.

Do aerador o Mateus puxa uma mangueira e conecta diretamente no tanque fermentador, sendo que pouco antes já adicionou pela escotilha a quantidade ideal de fermento hidratado para a correspondente quantidade de mosto a ser transferida para o tanque. Feito isso, é deixar que os queridos bichinhos façam seu nobre trabalho, convertendo açucares em álcool e também desprendendo aromas característicos e essenciais na Cerveja. 


Em geral, essa etapa entre fervura, whirlpool, resfriamento e aeração leva pouco mais de 1 hora, não contando a fervura e sim, dando como referência. Dentro de cinco a sete dias já temos o consumo integral de açucares e a Cerveja está pronta, porém jovem, nesta fase a levedura decanta e é retirada pela parte inferior do tanque (daí eles serem cônicos), inicia-se o processo de maturação para que a Cerveja ganhe estabilidade e também sedimente naturalmente o restante de leveduras diminuindo o grau de turbidez do liquido precioso e por fim esteja no ponto para ser transferida aos tanques ligados às torneiras do Bar.


Evidentemente, uma visitação não se baseia somente nessas informações, acabamos abordando diversos temas ligados a Cerveja, pesquisas e descobertas, curiosidades sobre os vidros de Cerveja, o advento da utilização de copos de cristal a partir dos cristais da Bohemia, a Lei de Pureza Alemã, a “invenção” da Pilsner, dentre outras centenas de tópicos que a Cerveja nos oferece. Gradualmente, vamos falando sobre a ótica das coisas sobre Cerveja. 


Em geral uma visitação para pessoas curiosas e interessadas dura 25 minutos com uma explanação breve sobre cada equipamento com drops da proposta da Cervejaria enquanto também bar e restaurante, e era isso, o pessoal agradece, tira umas fotos nos tanques e volta para as mesas. O segundo formato de visitação que oferecemos é a técnica, que costuma durar uma hora e vinte minutos em média e o terceiro e mais legal do ponto de vista de bate papo são as visitas com curiosos e interessados que fazem diversas perguntas levando o tempo de visita para mais de uma hora eventualmente. Em resumo todas as visitações agregam muitas informações e curiosidades a todos que participam, inclusive a nós, bem bacana mesmo.



Segue...(*)





sexta-feira, 7 de junho de 2013

Uma Visitação a Cervejaria Farol - Parte II



Quanto a mosturação de fato, aliás a Brassagem que compreende 3 processos diferentes entre si, e tanto falamos em outros artigos sobre tribloco, monobloco, hectolitros e afins, a idéia agora é dar um panorama mais objetivo ao leitor, então lá vamos nós:
Mosturação aqui e clarificação lá, depois volta para ferver.

Uma vez moído o grão de malte na quantidade certa para determinado tipo de Cerveja a ser fabricado, no caso da Pilsen em torno de cento e oitenta quilos que serão arriados na tina de mosturação iniciando as rampas em 44°C e subindo gradativamente até setenta graus onde temos o auge da atividade enzimática das alfa e beta amilases que tem como finalidade principal a quebra da cadeia carbônica do amido, tornando então passível o consumo desses açucares pelo fermento na etapa final da produção.
O objetivo principal de uma mosturação é ter um bom rendimento na extração do amido com alta produtividade e se possível minimizar os custos de operação sejam energéticos ou operacionais. Ocorre um processo de transformação enzimática que é facilitado ou não pelos fatores de concentração de mosto, tempo de atuação das enzimas, temperatura, pH , qualidade do malte e experiência na moagem do mesmo, a partir desse principio temos uma degradação do amido, das proteínas, trocando em miúdos as enzimas do malte são liberadas através de decocção promovendo a hidrólise catalítica do amido, em geral não ultrapassando os 78° temperatura essa que inativa as enzimas e suas atividades.
Citado abaixo, durante a clarificação.
 
Durante a mosturação é feito o teste de iodo que tem a finalidade de verificação se houve de fato a degradação do amido, a próxima etapa é a clarificação, que ocorre no tanque da direita sendo um pouco mais elevado e possuindo além de um cilindro de vidro na parte externa para averiguação da eficácia do processo também uma espécie de peneira no fundo da tina, onde o grão irá se depositar, digamos formar uma cama que será o elemento filtrante do mosto sobre o próprio bagaço clarificando assim o mosto e também extraindo uma parcela restante de amido do liquido. Para que haja um total aproveitamento água de lastro e água de lavagem são dois meios de obter rendimento máximo dessa etapa, uma vez que após o bagaço é retirado do mosto através de pás que o empurram para um “ralo” na tina e que no caso da Cervejaria Farol uma parte do bagaço é utilizado para a fabricação do pão de malte que acompanha diversos petiscos do cardápio. Como curiosidade vale mencionar que não há Cerveja de trigo integralmente fabricada somente com esse insumo e sim deve haver a adição de malte de cevada para que na etapa de clarificação as cascas do segundo citado auxiliem na aeração do bolo formado no fundo do tanque e dê a permeabilidade necessária para a recirculação do mosto, clarificando-se exatamente no sentido literal da palavra.
Retirada do bagaço.
 
Sacado o bagaço do mosto ele retorna para a primeira panela onde a temperatura será elevada utilizando-me de um termo muito comum bibiliograficamente falando que é fervura vigorosa e tem diversas finalidades, nesta etapa temos além da adição do lúpulo que isomeriza alfa ácidos a calor  neste caso, também a esterilização do mosto minando possibilidades  de uma possível contaminação, aumento da densidade original do mosto, além da evaporação de substâncias indesejáveis a exemplo do velho conhecido DMS (Dimetil Sulfeto) que ocasiona na Cerveja off flavors ou seja características negativas em momento da degustação a exemplo do aroma e sabor de milho. Outros fenômenos ocorrem durante a fervura tais como a redução do pH, caramelização de açucares que é a chamada reação de Maillard, mudança na tonalidade do mosto, a formação do trub e a coagulação de proteínas que ficarão retidas por sedimentação no Whirlpool.
A "nuvem" de proteínas formada na fervura.
 
A frase mais complexa da visitação sem dúvida é “o trub é composto de elementos celulósicos que não se solubilizam.” Maravilha né?!
Daí vem a explicação das tantas menções ao termo tribloco nos artigos, imaginem que no caso da Cervejaria Farol temos duas tinas de brassagem que significa que o Mateus utiliza a tina de mosturação, transfere o mosto para a clarificação, retira o bagaço e após retorna através de bombeamento também para a primeira tina, a mesma da mosturação. Uma brassagem tribloco otimiza esse tempo do Mestre Cervejeiro pois enquanto se está clarificando havendo uma terceira panela já é possível  iniciar nova mosturação na primeira acelerando o processo e dando possibilidade de uma produção de maior litragem em menor espaço de tempo, embora haja um charme a mais no caso de salas de brassagem como a da Cervejaria Farol, conforme menciono no artigo anterior.
Adição do lúpulo, nesse caso uma IPA, Simcoe e Citra.
 
Paramos aqui enquanto o lúpulo é adicionado em duas etapas no caso da Pilsen, um será responsável pelo amargor da Cerveja e o outro pelo aroma, ambos são importados de onde? Hallertau. Na sequência saimos da sala de brassagem e rumamos para a sala de fermentação que também comporta os equipamento de whirlpool, trocador de temperatura e aerador.
Segue... (*)
Cervejaria Farol
Rua Severino Inocente Zini, 150
Canela-RS/Brasil
Fone 54 3282-7007
 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Uma visitação a Cervejaria Farol – Parte I


 
Um dos eventos cotidianos de trabalho mais interessantes e enriquecedores são as visitações com duas ou vinte e duas pessoas, aí me surgiu a idéia de escrever sobre o que realmente eu falo nas visitações em vista da maneira com o processo fabril da cerveja se desenrola na minha cabeça. Em verdade eu não fabrico, acompanho, bato papo, pergunto mas me limito a estas ações embora no curso eu me envolva um pouco mais, uma porque normalmente o Mateus fabrica e eu fico fazendo meu trabalho também e no máximo um suporte ou outro relacionado a força física, no caso entre dois carregar malte ou arrastar até o funil de arriar ou alcançar uma mangueira entre um nível e outro da Cervejaria.

Houve situações em que quase trinta pessoas ocuparam a sala de brassagem, um dos orgulhos da Cervejaria Farol sendo a única alemã de Göppingen no Brasil e de fato é uma bela sala de brassagem, repetindo o termo, quem conhece sabe que o astral das vidraças no fim de tarde contra as tinas de cobre de 1000 litros seja fabricando ou não, promove uma sensação de sofisticação. Um dos legais da Cervejaria, e ainda que não tenha visitado milhares de outras conheço algumas e o fato de que o prédio foi construído essencialmente para esse fim é uma das grandes vantagens, sofisticação sim porque o equipamento Cervejeiro é todo adequado e produzido para se adaptar as curvas do prédio; quem fabrica sabe que esse tipo de adequação é uma baita vantagem.

Da esquerda pra direita: clarificação, mosturação e fervura.
 
 
Fabricada pela Jacob Carl, possui dois tanques de cobre com mil litros de capacidade e a julgar pelo painel de controle e a quantidade de válvulas que possui entre as tinas deve ser um grande barato operar a mosturação, clarificação e fervura por ali. Em geral nas visitações ao vivo inicio falando brevemente sobre as Escolas Cervejeiras, deixando o gancho para outro artigo em breve. Em seguida advirto que caso alguém queira ou precise se retirar por qualquer motivo que fique a vontade, isso porque muito frequentemente o bate papo com turmas grandes ou pequeno grupo de interessados uma visitação pode chegar a 70 minutos, quando há uma troca de informações valiosa a menos que o movimento esteja intenso e eu realmente precise finalizar, muito me agradam essas conversas.
Acho muito bacana essas conexões.
 
Em seguida, o assunto se volta para a receita da Pilsen da Cervejaria de uma maneira simples porém objetiva e realista dos insumos desde a sua procedência até a finalidade na produção, ou seja, malte, lúpulo, água e leveduras. O malte não é nenhum segredo de estado e é de fato cevada maltada, um processo conhecido e utilizado em Guarapuava-PR, por exemplo, no caso de um dos fornecedores da Cervejaria. Maltes belgas e alemães são sempre muito bem vindos e muito bem utilizados também, Weyermannn seria um dos representantes em caráter de conhecimento.
 
Malte nacional, por exemplo.

Humulus Lupulus é o camarada que através das flores que nosso caso são utilizadas peletizadas e importadas para o Brasil, sim pois é uma planta do hemisfério norte apaixonada pelo frio digamos. Na década de oitenta criaram um projeto piloto em Nova Petrópolis para o cultivo do lúpulo porém o clima da região mesmo sendo frio não foi o suficiente para que o vigor comum a planta se anunciasse, em resumo o projeto infelizmente não vingou, segue sendo Hallertau na Alemanha a grande referência em lúpulo no mundo.   

Noventa por cento da Cerveja é água basicamente, uma semelhança grata conosco inclusive e no caso da Cervejaria Farol é item preponderante para a fabricação de Cervejas de ótima qualidade, item conferido por um poço com 160 metros de profundidade que dá acesso a uma água com pH, dureza e equilíbrio de minerais extremamente propício a produção de um produto final rico, complexo e puro. Sugiro sempre que experimentem a “torneiral” da Cervejaria para comprovar como de fato é diferente por sua leveza. Intrinsecamente estou dizendo que além disso a água está abaixo do prédio, o prédio que foi construído para ser Cervejaria.
 
Malte e Lúpulo

Intencionalmente fatiamos a visitação em 4 artigos e eu mal posso esperar para escrever o quarto e último pois é quase um procedimento padrão ficar no final da visitação batendo papo cervejeiro alguns breves minutos e algumas historietas valem a pena ser descritas. No decorrer é válido reiterar que falaremos mais a fundo sobre alguns insumos e processos em caráter de conhecimento e reavaliação do hábito de tomar Cerveja, pois meu caros: bom será beber menos e beber melhor sempre.
 
 
 
Sugiro que leiam mais sobre: Cervejaria Farol - 1
 



Segue...(*)
 
Cervejaria Farol
Rua Severino Inocente Zini, 150
Canela-RS/Brasil
Fone (54) 3282-7007
 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A Serra Inox - Bento Gonçalves-RS/Brasil



Hoje mudando levemente o foco dos artigos, mas sem perder a essência que é Cerveja, vou falar um pouco sobre a SerraInox, empresa do camarada Marco Aurélio sediada em Bento Gonçalves e que produz entre tanques, manômetros e outros itens para a indústria Cervejeira, também a belezura da Bier Machine, um aparato tecnológico que veio para facilitar, e muito, a vida dos Cervejeiros Artesanais. 
Essa é a de 100 litros!

Estive na Serra Inox há mais de um ano, quando na ocasião pude conhecer um pouco do espaço da fábrica, bem no centro de Bento, quem chega pelo pórtico da Pipa, logo em seguida a esquerda, próximo de um posto de gasolina, ou seja bem fácil, dá pra sair de qualquer cidade do Rio Grande e chegar lá rápida e descomplicadamente. É um grande barato porque como diz no próprio site deles, atendem de home brewers a grande indústrias, e tem no portfólio um “cardápio” enorme de equipamentos  para fabricação do liquido precioso.
Aí o cara quer montar todo um setor fabril de média proporção, eles fazem a planta e orçam em cima das possibilidades financeiras e de espaço físico do cliente, ou então, quer apenas aprimorar alguma etapa, tem também, seja um moinho de rolo para os pequenos até um moinho grande para os médios e grandes. Ou ao invés disso, quer apenas aumentar a linha de produção, os caras da Serra Inox fazem tanques e entregam em qualquer parte do Rio Grande do Sul, dando é claro, a estimada e valiosa assistência pós venda. Porque verdade seja dita, vender hoje em dia é fácil, difícil é manter a qualidade do serviço após o dinheiro da tal venda entrar na conta, e é por essas e outras que tantas empresas se destacam no mercado não só pelo produto mas pelo suporte fornecido após a venda.
O criador do "brinquedo" a direita, com Marcelo da EGAS.
Sempre que bato um papo com o Marco ou entro no site da Serra Inox me lembro dos meus amigos paneleiros e o quanto a vida deles seria mais fácil com uma Bier Machine, claro que alguns optam e até preferem o lirismo da fabricação extrema artesanal, no entanto, com um investimento relativamente baixo, ou melhor justo,  é possível instalar na garagem de casa um equipamento desses e produzir em bateladas de até 100 litros. Penso que deve ser uma maravilha, sair do estágio dos 30 litros e dar um baita salto como esse, eu particularmente acompanho os cursos, tomo conta das rampas enquanto o Mateus dá a teórica, mas meu envolvimento no processo fabril não passa disso embora confesso que se fosse com uma maquina compacta e de fácil operação eu até arriscaria umas Stout’s e Strong Golden’s por aí afora. Ia arriscar algumas outras da escola belga também, de curioso.
O fato é que entre tantas empresa que fornecem equipamentos para a indústria Cervejeira no Brasil, a Serra Inox é gaúcha, é de fácil acesso e de bom suporte pós venda, sem contar o sotaque do Marco que é uma atração a parte como bom italiano de Bento que é.  Não que seja um argumento de venda mas que o cara é gente boa, é. E escrevo com muita naturalidade sobre o negócio dele pois como disse e reitero,  é nosso parceiro e amigo da Cervejaria Farol.
 
Com uma linha de produtos que como já disse atende do pequeno ao grande, pode-se através do site ter uma noção dos equipamentos oferecidos, seja o moinho de malte, uma sala de brassagem inteira, filtros, trocadores, tanques e pasteurizadores. Esses dias ainda conversei com o Rodrigo Alencastro que andava atrás de um trocador de placas lá para a Garden’s Lake Brewery de Guaíba e claro, repassei o contato para o Marco, embora não tenha sabido como terminou a negociação.
Durante um curso de cerveja artesanal na EGAS pudemos acompanhar a fabricação de uma Pilsen na Bier Machine, visto que o Marcelo Scavone já possui alguns tanques fermentadores pequenos também da Serra Inox e fabrica creio eu semanalmente pois a geladeira do laboratório toda vez que vou lá está sempre cheia. Durante esse curso, além de produzir na panela com os alunos, a Bier Machine fez a parte dela e creiam a melhor parte é só ter que apertar botões
 
Botões, viu?! Uma barbada.
 
E há quem diga que estou fazendo merchandising para a Serra Inox, e de fato estou! Essa é a outra boa notícia, desde o inicio do projeto do Cervejeiro Andante o Marco sempre apoiou e se mostrou favorável e parceiro da idéia e aliando esse interesse na parceria a um produto de qualidade, é claro que vou fazer propaganda da empresa com o maior prazer e não obstante ainda vou postar no decorrer uma fabricação fotografada e acompanhada na Bier Machine.
 
Em ação, mosturação de até 60 litros, na EGAS.
Em principio era isso por hoje, fica a dica e uma dica honesta aos paneleiros que trabalham em equipe: aliem-se, façam o capital e adquiram um equipamento que só tem a facilitar a vida de vocês, com o cuidado da questão de economia de energia e água sempre presente no projeto. Aos que já estão um degrau acima, sugiro que contatem o pessoal da Serra Inox e façam um orçamento a fim de melhorar seus desempenhos.
Serra Inox
Travessa Carazinho, 50
Bairro Cidade Alta - Bento Gonçalves-RS/Brasil
CEP - 95700-000
Fone (54) 2621-5005
Marco Aurélio Dal Mas
 

Dia da Cerveja Brasileira - Cervejaria Farol-Canela-RS/Brasil

 
Fazendo uma propagandinha para o meu negócio aqui, claro.
 

Cervejaria Das Bier - Gaspar-SC/Brasil


Ainda durante o  Festival  em Blumenau, depois de uma quinta-feira agitada, acordei na sexta com uma leve ressaca digamos, já estávamos a par da brassagem coletiva que estava por acontecer na Das Bier em Gaspar, e depois de tomar café todos rumamos quase em silencio para lá, em tempo, o silêncio era porque não só eu estava de ressaca, essas coisas acontecem durante um evento como o Festival Brasileiro da Cerveja, não há como fugir disso.
Vista do Deck da Das Bier
 
Localizada dentro de um parque com pesque pague a Das Bier é um grande complexo de entretenimento familiar durante o dia, com vários quiosques espalhados ao redor dos lagos, pode-se passar o final de semana inteiro por lá, exceto pela hospedagem que não oferece, mas fica próximo de Blumenau, que possui vários hotéis. O prédio principal data do inicio do século 20, e foi todo restaurado pela família Schmitt para instalação da Cervejaria em 2006.



Assim como a Cervejaria Farol, oferecem música ao vivo nas noites de final de semana, e segundo a Larissa Boeira é um programa excelente de se fazer em noites enluaradas, pois o prédio é praticamente todo envidraçado, com um deck enorme que dá vista integral para os lagos do pesque e pague, como estávamos envolvidos com o evento, não foi possível visitar a noite, e sim, durante a Brassagem coletiva que englobava várias Cervejarias e Cervejeiros, sinceramente não me recordo do nome da Cerveja fabricada batizada por eles.
Pilsen
 
Serviram na ocasião diversos petiscos do cardápio do restaurante, embora eu tenha só experimentado um peixinho frito em função de meu apetite estar um pouco “tímido” por assim dizer, experimentei ainda uma Pilsen clássica da Das Bier e algumas cocas. Vários cervejeiros do Rio Grande estavam presentes e também o Fabricio da Revista da Cerveja. O Bruno Krumennauer a partir deste dia, 22 de março, tornou-se o Cervejeiro da turma e vou aproveitar o espaço aqui para defende-lo ao mesmo tempo em que me reservo o direito de chacotar levemente o amigo.
 
O Antônio-Cervejeiro-Pikachú e o Rodrigo da Schornstein
O fato é que o Pikachú, apelido carinhoso do Cervejeiro Antônio, estava um tanto quanto atarefado e enrolado com a tal aveia que tinha sido adicionada ao mosto, visto que era uma saison que levava inúmeros adjuntos, não só colaborativa mas também diversificada brassagem. Uma vez que a temperatura da parede interna do tanque era elevada alguns grãos ou flocos de aveia grudaram ao redor e até onde se sabe não estava tão fácil de descolar esses insumos do tanque e lá pelas tantas o Cervejeiro reclama: “mas essa aveia que não desgruda pô”, passados alguns minutos o Bruno chega na mesa onde estávamos e profere: “é, não tá fácil por lá, a aveia tá grudando toda no tanque...”.
Fachada do prédio principal
Deu-se a partir dessa frase a formação acadêmica em Mestre Cervejeiro Bruno Krumennauer concedida por nós: Mateus, Rafael, eu e Marcelo Beck. Tinhamos agora entre o grupo não apenas um, mas dois cervejeiros, e o apelido é mantido até hoje, ainda que com ressalvas do próprio Bruno que alega só ter mencionado a célebre frase do Cervejeiro oficial e que só tinha a intenção de nos inteirar do que estava acontecendo. Bom Cervejeiro o Bruno, aliás, devemos a ele parte considerável das vendas de degustações e itens colecionáveis durante o Festival, rapazinho  que se mostrou implacável na jornada de trabalho no stand, não perdendo o foco em nenhum momento, quanto a nós não se pode dizer que perdemos o foco, mas sim que achamos algumas cervejas pelo caminho, em determinados horários.
A Clarificar
 
 
Bem, como disse, desde 2006 a Das Bier fornece chopp para bares e festas na região de Gaspar e figura entre as maiores Cervejarias de SC em termos de volume, engrossando a lista ao lado das clássicas Eisenbahn, Saint Bier e Opa Bier, esta última representada pelo Josué Pereira aqui na região da Serra Gaúcha, a menção vale porque ele além de cliente fiel da Cervejaria Farol também é o baixista da Bier Rock Band.
Aos que pretendem passar por lá, segue abaixo um mapa de fácil entendimento, nesse caso vale também a orientação pois o Bairro Belchior Alto tem apenas uma pequena placa de indicação a beira da rodovia. É possível encomendar ou consumir na própria Cervejaria chopps dos estilos Pilsen, filtrada ou não, Braunes Ale, Pale Ale e Weiss, e caso a idéia seja visitar a Das Bier, vale conferir a linha enorme de itens de grife que possuem, desde siphons até bonés personalizados, eu comprei uma camiseta vermelha.

 
Com internet wifi, acesso a portadores de necessidades especiais, bar, restaurante e salas de brassagem e fermentação todas visíveis através das vidraças, a Cervejaria é com certeza um dos orgulhos do povo de Gaspar, uma vez que pessoas se deslocam de outras cidades nem sempre tão próximas para apreciar não só o chopp mas o local em si. Vale a visita e vale o trajeto até lá, muito bem estruturado o Parque Schmitt. Com relação a capacidade produtiva não obtive essa informação, sei apenas que pela quantidade de tanques com certeza é maior que 500 hectolitros e que a brassagem é tribloco de 1000 litros.
Parte dos fundos do prédio com os fermentadores-maturadores
 
Parque Schmitt - Cervejaria Das Bier
Rua Bonifácio Haendchen,  5311 - Belchior Alto
Gaspar - Santa Catarina - Brasil
Fone (47)3397-8600

Schornstein Cervejaria - Pomerode-SC/Brasil

 
Durante o Festival Brasileiro da Cerveja tivemos a oportunidade visitar algumas Cervejarias no entorno de Blumenau, como o evento só iniciava as 15 horas, e dependendo do dia somente as 19 horas, podíamos sair com algum tempo livre que possibilitava não só as visitações, mas muitas, muitas risadas no carro do Rafael Krumennauer, vulgo Spok, sócio da Spok Bier de Taquara, Cervejaria que em breve falaremos aqui.
O fato é que naquele dia, uma quinta-feira de março, saímos do hotel já por volta das 10:00 da manhã sem um rumo especificamente certo, mas em seguida decidiram que iríamos para Pomerode, terra da Schornstein, cujo slogan é “A Cerveja com alma”, bacana slogan e bacana também o trajeto até lá, pelo interior de Santa Catarina, como são a maioria das paisagens do sul do Brasil, muito verde, fazendinhas, casas antigas a beira da estrada e animais pelas pastagens.
Chegando a Pomerode próximo das 12:00 horas, tivemos que eleger um local para almoçar, e erroneamente este local foi o Siedlertal Restaurante, que sinceramente pratica valores abusivos se comparado com o serviço e o sabor da comida apresentada, infelizmente. Num estilo muito próprio alemão de uma certa frieza ponderada, o restaurante deixou a desejar em alguns aspectos e posteriormente viemos a saber que o pessoal da Revista da Cerveja e também  Vitório do Bier Keller e o Rodrigo do Nova Vida estavam na cidade e tinham almoçado num restaurante bom e barato. Esse boneco de cara vazada aí da foto foi o “ponto alto” do almoço, digamos.
 


Bueno, eram pouco mais de uma da tarde quando  estacionamos em frente ao prédio histórico de mais de 50 anos tombado pelo Patrimonio Histórico onde está instalada a Schornstein, capitaneados pelo, adivinhem, Mateus,  que já conhecia o “Zé” Cervejeiro responsável por lá. O prédio é de um único piso, possui na lateral do pátio uma câmara frigorígica do tamanho de um container enorme onde estocam as cervejas já prontas para distribuição. Entramos pela parte do escritório e posso afirmar que fomos bem recebidos pela equipe que estava trabalhando por lá, mas caso fossemos clientes normais teríamos entrado pelo bar que a Cervejaria abre em horários específicos e serve além de suas Cervejas, petiscos de origem holandesa e alemã para acompanhar, além de oferecer visitações guiadas a fábrica.
 
Sala de Fermentação
 
Pelo lado de dentro junto ao bar, uma brassagem lindona de cobre de 500 litros, tribloco, ou seja, o que se perde em volume de mosturação se ganha nas transferências entre os tanques ao menos, mas pelo sorriso do Zé ao mostrar orgulhoso seu equipamento, tempo de envolvimento entre uma mosturação e outra não é o problema.  Foi uma das visitas mais divertidas pois como mencionei acima, encontramos vários camaradas aqui do RS que já estavam por lá quando chegamos, e aí o bate papo se prolongou e se “espalhou” por vários setores da Cervejaria.
Brassagem tribloco
 
Atualmente a Schornstein produz 5 estilos de Cerveja: Weiss, Pilsen filtrada e não filtrada, IPA, Bock e Imperial Stout, na ocasião, como eu já tinha bebido chopp da Börck, Cervejaria de Turvo, no tal restaurante, fiquei pela Bock mesmo e ainda assim numa dose moderada. Quem nos serviu foi o Rodrigo, filho do Cervejeiro que segue o mesmo caminho, inclusive nos visitou no stand durante o Festival na última noite e foi um baita parceiro de bate papo e Cervejas. Como na ocasião eu estava sem máquina, as fotos aqui apresentadas são de celular, mas que dão uma noção do espaço interno como brassagem e tanques de fermentação da Cervejaria.
 
No mercado desde 2006, atualmente possui duas unidades fabris, uma em Pomerode e outra em Holambra, São Paulo, contando com capacidade produtiva na unidade de SC de até 300 hectolitros, uma boa produção, controlada e com excelente qualidade, com alma, como diz o slogan. Uma das referencias fortes da Schornstein SC é a torre da chaminé toda de tijolos maciços, sem dúvida é uma parada obrigatória ao visitante passeador Cervejeiro quando estiver por lá, aproveitando claro, para dar uma chegada em Turvo pela Börck, esta que por trabalhar somente com chopp  de  dois estilos para distribuição regional não nos chamou atenção suficiente para fomentar uma visita, de toda forma o Fabrício foi até lá e escreveu uma matéria bem completa sobre a Cervejaria de Turvo na Revista da Cerveja.
De Florianópolis a Pomerode não são mais de 170 quilometros, cuja metade praticamente é pela BR-101 e o restante pela Antônio Heil e  surpreende como uma pequena cidade do Vale do Itajaí com uma pavimentação típica do interior, o que dá um ares de Europa cuja arquitetura também dá sua contribuição, tudo isso somado ao fato de possuir uma bela Cervejaria.
Lembrei que também tem o maior Zoologico do Estado também
Schornstein Cervejaria
Rua Hermann Weege, 60
Pomerode - Santa Catarina - Brasil
Fone (47)3387-6655
CEP - 89074-154
 

 

 

 

 

 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Fabricando Farmhouse Ale - Cervejaria Farol - Canela-RS/Brasil


Um breve descritivo da Farmhouse veiculado pela Cervejaria Farol
 
Eu me lembro que na época eu morava um tanto longe da Cervejaria e sairia cedo de casa para acompanhar a fabricação conjunta. Só falávamos da tal fabricação da Sazonal, que o Luciano Castro viria de Porto Alegre com os ingredientes e que alguns seriam bem crioulos digamos. Numa quarta-feira de sol tímido por volta das nove da manhã eu comecei a tirar fotos enquanto o Mateus e o Luciano moíam o malte para arriar, logo mais moeram sementes de coentro para já enquanto mosturavam descascar e picar cascas de bergamotas pokan, bem gordas.
 
Os ingredientes, gosto bastante desta foto.

Sim, a Farmhouse Ale da Cervejaria teve entre seus insumos “crioulos” casca de bergamota, pimenta do reino, semente de coentro e mel de Cambará. Até então tudo corria muito bem quando ao transferir o mosto e o bagaço para a clarificação as cascas de bergamota entupiram um dos canos do bombeamento, e foi preciso desmontar todo o circuito para encontrar o bolo de cascas trancadas no cilindro. Clarificação a parte, acho que foi por esse horário após o desentupimento que eu fui fazer o almoço da galera, que geralmente em dias de fabricação se resume a batata fritas, bife a milanesa e o terceiro varia entre queijo frito ou salsicha bock.



Cerveja Colaborativa é isso...

A Cervejaria Farol possui uma sala de brassagem integralmente alemã vinda de Goppingen, fabricada pela Jacob Carl e com capacidade de mil litros, duas tinas apenas e cuja operação é feita somente pelo Mateus desde a inauguração da Cervejaria em 2003, ou seja, é um quebra cabeças alemão que só ele sabe usar, em função disso, ele mesmo teve de desmontar para desentupir os canos sob os olhares curiosos do Luciano e deste que vos escreve.




Essa parte foi engraçada...


Passado esse “susto” tudo transcorreu bem, passamos ilesos pela fervura e adição de mel, lúpulos e na sequencia o whirpool. A essas alturas já tínhamos almoçado e o final da fabricação estava próximo, os equipamentos até agora também são importados, com exceção dos tanques de maturação e de armazenamento que são nacionais. A Cervejaria Farol atualmente tem capacidade produtiva de aproximadamente 120 hectolitros/mês e num primeiro momento não tem a intenção de envasar suas Cervejas servidas na torneira do bar diretamente dos tanques que geralmente contém Pilsen, Weiss e uma terceira sazonal que nesse caso seria a Farmhouse Ale substituindo a Doppel Bock.
Clarificando
 
Também já foram fabricadas por lá Pale Ale, Stout,  ESB, Weihnachts Ale, Oktoberfestbier e Framboise Bier. A Stout foi para o meu paladar a mais excelente de todas, seguida de perto pela Doppel e aí então a Farmhouse, as minhas três prediletas fabricadas no meu local de trabalho.

Outro momento bem entre "Culinária-Paneleiro"

Conheci o Luciano Castro durante um cafezinho na região central de Porto Alegre uns meses atrás sendo que o mote da conversa era sim produzir uma sazonal “colaborativa” utilizando ingredientes bem regionais, e assim foi feito, dando como resultado uma cerveja avermelhada com gradações alaranjadas oriundas das cascas de bergamota , extremamente aromática porém não enjoativa, com um paladar honesto de malte, mel e final picante. O coentro nesse caso contribuiu no aroma juntamente com o mel e a bergamota, realmente uma Cerveja complexa mas com drinkability bem alto.

A experimentar o mosto antes da fervura.
 
 
Lançada durante a Semana Farroupilha, lá pelo dia 15 de setembro, fez sucesso e deixou saudades a várias pessoas, e eu me incluo nesse grupo e o Sven Janssen também. A coloração da Farmhouse Ale da Cervejaria Farol a meu ver era o ponto alto da Cerveja com baixo amargor e corpo médio, era perseverante na medida certa, e como disse, deixou saudades, em termos de IBU's, creio que algo entre 35, e SRM segundo a tabela se enquadraria entre 17-22, e ABV de 5%,  causando além de boa impressão uma experiência sensorial diferenciada.
Queremos um Revival da Farmhouse Ale!
Segue(*)...
 
Cervejaria Farol
Rua Severino Inocente Zini, 150
Bairro Industrial - Canela-RS/Brasil
Fone (54) 3282-7007

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Cervejaria Edelbrau - Nova Petrópolis-RS/Brasil

 
 
Quando saí da Eisenbrück confesso que já estava ficando cansado da viagem, ainda que foram poucos dias, na semana anterior já havia rodado mais de mil quilômetros indo a Santa Catarina, e mesmo dormindo e descansando bem todas as noites, essa função de rodovias estranhas até então de moto é mais cansativa do que rodar em pistas conhecidas, pois nunca se sabe o que vem a cada curva.
Chegamos!!
A idéia de dormir na minha casa a essas alturas já me agradava demais na realidade, e estando em Nova Petrópolis, também estaria a 40 quilometros da querência “amada”. A Edelbrau é uma Cervejaria jovem, como tantas outras que vêm sendo implantadas no Estado. Durante o encontro promovido pelo GT e a AGM no Palácio Piratini em março deste ano, pudemos vislumbrar o lindo panorama que se descortina no segmento Cervejeiro Gaúcho, pois as Micro já passam de 40 e a estimativa é que em 2014 cheguem a 100 pequenas Cervejarias espalhadas pelo Rio Grande, ou seja, é o boom Cervejeiro tomando conta do nosso Pampa.
Já havia estado em outras oportunidades na Edelbrau, desde o inicio inclusive acompanho de forma discreta o andamento da Cervejaria, estive bem no principio das atividades conhecendo a sala de fermentação  e de brassagem, quando o Mateus ainda prestava consultoria a eles. A idéia surgiu durante uma viagem do Fernando e do sócio a Alemanha, voltaram com intenções de montar uma Cervejaria no pé da Serra, na cidade conhecida como o Jardim da Serra Gaúcha, apelido carinhoso e slogan muito bem colocado a simpática cidade de Nova Petrópolis, cuja imigração alemã fez questão de torna-la um munícipio florido, tranquilo e aconchegante.
Terra da Aldeia do Imigrante, da Banda Leebe e da Edelbrau, entre outros atrativos claro, a Cervejaria atualmente tem capacidade produtiva de 180 hectolitros, e com a expansão da linha através da aquisição de novos tanques, chegará a 300 hl muito em breve. A produção se dá num tribloco de 1000 litros “não gaúcho”, e deve se manter assim por enquanto, até que a distribuição que é feita em garrafas de 600ml e barris de 20,30 e 50 litros aumente de maneira a aumentar também a mosturação de cada batelada.
 
Uma Dunkel por favor, mas só 50 centavos.
 
A Edelbrau entrou forte no mercado, subindo a Serra com todo gás para ser oferecida em diversos bares e restaurantes em Canela e Gramado, o que poderia ser um revés para nossa vizinha Rasen, no entanto, a segunda se baseia em outra estratégia de mercado e lança seus tentáculos por vários estados do Brasil, aproveitando inclusive a edição da Brasil Brau 2013 para inaugurar uma distribuidora em São Paulo, o que não assegura total solidez, mas lá está.
Voltando a nossa visita; chegando lá fui recebido pela Estéfani, que muito simpática, porém sem entender direito o que um  barbudo motoqueiro doido estava falando, coisas sobre fotos, site, blog, visitação, brassagem, estilos e capacidade produtiva estava fazendo àquela hora da tarde na Edelbrau, mas de toda forma me atendeu bem, disse que em algumas informações ela não poderia me auxiliar e que não haveria forma de entrar na fábrica pois estavam em reformas, justamente para ampliação, tentei tirar alguma foto pela escotilha da janela, mas o reflexo não favoreceu. Na parte da entrada do prédio, contam com uma pequena butique para a venda de produtos da própria Cervejaria que incluem kits de Cerveja, copos e outros suvenires.
 
A Boutique da Edelbrau e a Estéfani, eu também barbudo e
ansioso por chegar em Canela
 
Atualmente a Edelbrau produz 3 estilos que são Pilsen, Weiss e Dunkel, todas pasteurizadas e envasadas, exceto no caso dos barris, claro. O Fernando Maldaner, um dos proprietários gentilmente me cedeu informações faltantes até então via facebook hoje mesmo, o que possibilitou escrever sobre a ultima Cervejaria visitada durante a jornada “Cervejeira” que fiz em fins de abril.  O start foi em 2011, num prédio construído para essa finalidade as margens da RS-235, o que também dá grande visibilidade a marca que como mencionei anteriormente, vem ganhando espaço no circuito da Serra Gaúcha e  muito desse sucesso também se deve a logística da Cervejaria, além a qualidade do produto apresentado.
O lance é que tirei umas poucas fotos do lado de fora da sala de brasagem e fermentação, degustei uma Dunkel que particularmente não é meu estilo preferido no entanto bem representado pela Edelbrau,  já que a Pilsen e a Weiss havia degustado em outras oportunidades e levando em conta que recebo feedback positivos sobre as Cervejas Edelbrau de alguns amigos aqui de Canela, despedi da Estéfani, a Téca, como disse a Fabiani Witt da Banda Leebe quando viu a foto dela, subi a Serra para Gramado e então Canela e aí minha casa.
Segue (*)...
 
Cervejaria Edelbrau
Av. XV de Novembro, 4024
Nova Petrópolis - RS/Brasil
Fone (54)3281-4555
CEP 95150-000
 
Sugerimos que leia o primeiro post desse blog clicando no link abaixo, e dê sequencia na viagem pelo interior do RS...O Inicio

sábado, 25 de maio de 2013

Cervejaria Farol - Canela-RS/Brasil - Parte I



Falar da Cervejaria Farol é como falar de um cômodo da minha casa, é a minha segunda casa onde encontro não só o prazer absoluto de trabalhar com aquilo que gosto, mas também reúnem-se pessoas que quero muito bem. Fácil falar, fácil descrever, hoje a Cervejaria Farol desponta no mercado regional nos segmentos cervejeiro, restauranteiro e de entretenimento, além é claro, do grande contexto turístico que oferece.
Como a minha "visita" a Cervejaria já dura 18 meses, escreverei em drops fatiando digamos os posts, de maneira a contar um pouco da história também e especialmente a parte fabril, as programações e ações de marketing desenvolvidas ao longo desses meses em que a gestão é do Mateus José da Silva. Alocada num prédio construído especialmente para ser Cervejaria que é uma réplica em tamanho de real de um farol, a Cervejaria é diferenciada em inúmeros aspectos, inúmeros mesmo.
A torre do Farol possui 32 metros de altura, correspondendo a um edifício de 6 andares com 137 degraus do nível do bar até o alto da torre, de onde se pode vislumbrar toda a região ao redor de Canela além de Caxias do Sul e São Francisco de Paula, um salve para o crepúsculo visto de lá de cima. O barato é que apenas uma pessoa construiu a torre dispensando 24 meses de trabalho árduo, dedicado e meticuloso, a simetria é perfeita.
Vou me concentrar nos diferenciais arquitetônicos da Cervejaria Farol, detalhes e curiosidades que tornam essa Cervejaria não só meu local de trabalho favorito durante toda a  vida profissional mas que também encanta a todos que a visitam. Composta de quatro ambientes distintos que são Bar, Restaurante, Bier Garten e Mezanino que tornam a proposta completíssima, a Farol hoje mantém uma tradição Cervejeira vinda da Alemanha desde o século 17, que é manifestada pelas mãos do Mestre Cervejeiro Mateus, camarada esse que nasceu com o dom da fabricação, bem como músicos nascem ou médicos ou escritores com respectivos dons, ele sabe fazer cerveja  e bem, sorte a nossa.
Farmhouse Ale com Mel de Cambará
 
O Bar da Cervejaria bem como todos os ambientes internos contam com aquecimento do piso e por radiadores de calefação o que no inverno é um baita diferencial, pois beber Cerveja parecendo um boneco de neve com tanta roupa não é lá a coisa mais agradável do mundo, ou seja, os clientes ficam a vontade e aquecidos mesmo quando na rua a temperatura baixa a graus negativos. O Bier Garten no verão é a menina dos olhos daqueles que saem de seus empregos por volta do cair da tarde e finalizam a noite com happy hour’s animados e regados a boas cervejas e petiscos.
Nos ambientes mezanino e restaurante com grande frequência são realizados aniversários, formaturas e até casamentos, e vos digo, a vibe é única, ponto para nós novamente o astral da Cervejaria é algo jamais visto, o índice de satisfação dos que lá realizam seus eventos é de praticamente 100%, e falo com conhecimento de causa pois eu é que realizo as reservas e posteriormente solicito feed back dos envolvidos.
German Pilsen Farol
 
Evidentemente esse sucesso se deve a uma Equipe inteira e não somente a beleza arquitetônica do local e excelentes Cervejas, a receita é uma miscelânea de fatores positivos que nos levam cada vez mais ao gosto do clientes, sejam turistas ou locais. A decoração é algo digno de atenção com colunas repletas de garrafas de Cerveja nacionais e importadas, as boas é claro, que em determinadas situações são consumidas pela própria equipe em confraternizações animadíssimas, pudera, Cerveja é uma festa. Além disso compõem a decoração bolachas de chopp do mundo inteiro além de canecos de chopp diversos, estes gentilmente cedidos em caráter de empréstimo para exposição pelos próprios clientes, quadros e plaquetas cervejeiras compradas pelo Brasil e Europa pelo Mateus e a Gabi.
 
Outro ambiente que chama a atenção na Cervejaria são os banheiros, muito aço escovado e mármore fazem desses toilletes os mais bonitos da Serra, como costumo brincar com os clientes durante as visitações. Bem lembrado e em tempo: promovemos visitações diariamente com turistas e locais interessados em aprender e conhecer um pouco mais do processo Cervejeiro, algo tão trivial muitas vezes abrir uma Cerveja significa que algo está sendo celebrado, porém o processo é muito vasto e interessante, vale a pena participar de uma visitação, seja ela técnica ou mesmo explicativa somente.
 
Filé Grelhado ao Molho Mostarda
 
Unir fabricação de boas Cervejas a um cardápio variado de pratos e petiscos estando um tanto fora do perímetro urbano e ainda assim ter êxito e bom público semanalmente é uma tarefa árdua, seja pela carga tributária ou pela distancia do centro de Canela, trabalhamos dia após dia de maneira mútua e concomitante uns aos outros para que o movimento não decline e para isso lançamos mão de muita criatividade, auxiliados pela Vivaz Comunicação  e sua equipe muito prestativa. Ou seja, diariamente tiramos Cerveja de pedra, quem é envolvido com esses dois setores sabe perfeitamente do que estou falando, A&B e Cervejaria numa equação simples resulta em trabalho, muito trabalho, recompensado de maneira imediata através dos feedbacks positivos que recebemos.
Tanques de Armazenamento
Como se já não bastassem atrativos que deem agua na boca e desejo de visitar a Cervejaria Farol, ainda contamos com um amplo estacionamento cuidadosamente projetado entre a mata nativa que rodeia o prédio Farol, além de transporte gratuito para hotéis de Canela e Gramado, internet wifi liberada, valores atraentes, aliás muito atraentes em comparação com a realidade de cardápios da região. São ao todo 180 cadeiras na parte interna, considerando bar, mezanino e restaurante além de 40 lugares somado o Bier Garten.
 
A programação é dinâmica e pode ser acompanhada no site www.cervejariafarol.com.br, a Cervejaria funciona de terças-feiras a domingos, em horários específicos durante a semana e praticamente o dia inteiro em sábados e domingos. Como uma das grandes atrações da semana temos a Terça Doble: rodada dupla de chopp a noite inteira e com música ao vivo a partir das 22:00 horas com a banda residente da casa, a Bier Rock Band, cujo sucesso tem sido tão grande que outras casa tem procurado contato para contratação. Ainda durante a semana jogos de futebol ou partidas de outros esportes que estejam em voga são transmitidos em tempo real no telão que fica no bar e contempla a todos que ali estiverem, também algumas mesas do mezanino conseguem visualizar as  atrações no telão.
Deivid Wallauer
Em finais de semana, além de cursos de cerveja artesanal, temos música ao vivo a partir das 22:30 horas, e novamente com todo conhecimento de causa vos digo que nosso case de músicos é de primeira linha, os melhores estão lá, todo final de semana embalando a galera presente com estilos musicais que alternam entre o rock até a MPB. Reitero que toda a programação pode ser verificada no site, no qual tenho o cuidado de manter atualizado semanalmente.
O dia em que fabricamos uma Farmhouse Ale
 
Como comentei no inicio do texto, falar sobre a Cervejaria Farol na sua plenitude tornaria essa postagem imensa e talvez monótona ao leitor, portanto finalizo aqui e dou sequencia a mais cinco ou seis textos relativos a Farol nos próximos dias.
Segue (*)...
Cervejaria Farol
Rua Severino Inocente Zini, 150
Bairro Industrial - Canela-RS/Brasil
CEP 95680-000
Fone (54)3282-7007